sábado, 21 de fevereiro de 2009

Depois do carnaval.....


De repente, no céu, os fogos de artifício do carnaval anunciam que agora sim começa o novo ano e o velho fica muito mais velho.
Ontem mesmo comemorávamos com o velhinho de vermelho e barbas brancas. Logo depois as taças de champanhe davam boas-vindas ao recém ano nascido e, hoje, fogos de artifício, a cada entrada de escola na Sapucaí, se juntam a grande alegria carnavalesca de homens e mulheres que cantam o samba-enredo do novo ano que começa amanhã.
É intrigante ver como no Sambódromo não passamos de uma grande massa humana de torcedores, querendo alegria e tentando esquecer as dificuldades do dia-a-dia. É a previsão de George Orwell em 1984 se concretizando...
Trabalho no Sambódromo todos os anos e vejo as pessoas cedo chegando para marcar seus lugares na arquibancada... alguns vêm com a família em peso. Trazem farnel, fantasia e união..
Nada pode atrapalhar... nem as dívidas e dificuldades que ficam lá fora. Nesse momento não existem ricos nem pobres, nem louros nem morenos, nem fantasiados nem realistas. O negócio é se divertir, cantar, dançar, pular e ver aquele luxo todo na imensidão dos carros alegóricos repletos de brilho.
A harmonia é clara naquele mar de gente. Harmonia clara na bateria que empolga o folião sentado na arquibancada mais barata...
Ao lado do carro alegórico a passista aguarda a hora de entrar na avenida... Ela se sente a verdadeira rainha da bateria ou do carnaval inteiro, o sentimento transborda os poros... seminua é como se fosse a única e como se todos os olhares daquele imenso Sambódromo fossem só para ela. Não tem tempo para perceber a distopia.
Mas, o que importa é hoje torcer para ser a campeã... da vida!

Um grande abraço ainda com serpentina e confete,
Prof Rita Alonso

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